Turn A Gundam
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  • Foto do escritorSenryu

Turn A Gundam

Atualizado: 4 de dez. de 2021

Originalmente publicado no Makai Knights em 01/01/13.

Oi estou de volta com mais uma análise vinda originalmente do Makai Knights, a questão de trazer estas análises pra cá e não só corrigir alguns erros, mas também aprimorar informações, então sempre que puder vou deixa-las bem melhor!


Este mês de Abril (desculpa gente era pra ter publicado ontem) só vou deixar análises de Gundam; o motivo eu diria "simancol"; no antigo Blog prometi o máximo de análises pros trinta e cinco anos da franquia e não fui muito bem, agora no aniversário de quarenta anos da franquia vou ver se até o fim de ano passo a maioria das analises velhas de Gundam pra cá e escrevo algumas novas durante os próximos meses, menos em Maio (pra compensar este mês vou por outras animações ao longo do próximo mês, mas de Junho em diante espere ao menos uma análise de Gundam por mês).


Turn A nasceu de um longo processo e de um momento especial de vida do Tomino, pra relembrar isso vale um pouco de histórico de produção quando a série original de Gundam nasceu não foi um grande sucesso (mas tinha fãs bem entusiasmados) é isso incentivou ao pessoal da Sunrise a fazer os filmes de resumo da série em 81, quando estes filmes foram ao cinema junto nasceu a linha Gunpla (a Bandai assumiu o patrocínio e criou uma linha que eles mal sabiam que seria o começo de uma das maiores e mais conhecidas linhas de plastimodelismo de todo o mundo) foram um sucesso bem inesperado e a equipe ficou bem incentivada pra fazer os outros dois filmes de resumo com o sucesso desses filmes a Bandai procurou o Tomino pra ampliar este universo e desses acordos nasceram primeiro Zeta e ZZ Gundam (durante ZZ, Tomino e a Bandai tiveram algumas brigas quanto ao tom da trama e a Bandai ofereceu a chance de fazerem mais um filme, ele aceitou de pronto e moveu algumas coisas da trama de ZZ pro filme, como o grande confronto final de Char e Amuro é agora você sabe porque Char não aparece na série de ZZ, mas aparece na abertura...), foi um período estafante e sinais da depressão que Tomino sofria começaram à aparecer em suas obras (e isso se nota bem em Ideon e em Victory Gundam), ele pediu uma licença de saúde e a Bandai na época comprou a Sunrise e na compra eles tinham planos de tornar Gundam numa franquia com séries todo o ano e num imenso sucesso mundial, nesse meio tempo nasceram as séries principais G gundam, Gundam Wing e Gundam X (sendo que nesta ultima a série sofreu com audiência bem baixa é ainda sofreu uma troca de horário que selou o seu destino).


Com isso eles resolveram se focar em fazer algo grande pro aniversário de vinte anos da franquia e pra isso convidaram Tomino pra trabalhar novamente com a Sunrise, ele topou sobre a condição que ele escolheria as equipes pros seus projetos que foram três ao longo dos anos de 1998 à 2001 que foram: Uma remasterização com novas cenas dos filmes das séries Gundam 0079 (o Gundam original) e de Zeta Gundam é uma série original que segundo seus planos seria um ponto de encontro (vamos dizer no tempo e no espaço) pra qualquer série da franquia (podemos dizer que foi uma boa tentativa de unir todas as diferentes timelines da franquia) é com esse plano nasceu uma das séries mais diferentes da franquia: Turn A, tudo isso com a ajuda de Akiman no design de personagens (um designer e criador de personagens; ele é bem famoso pelos seus trabalhos na Capcom em especial com Street Fighter III) e o design de mechas de Syd Meyer (bem conhecido pelos projetos de cenários de Aliens e Blade Runner)


Foi bom

  • Foi a ultima série da franquia Gundam animada inteiramente no processo tradicional (ou seja feita a mão), com isso os mechas ganharam um detalhamento impressionante; coisa que aliás se demorou anos para se ser atingida novamente em um nível próximo (em Seed a Sunrise teve vários problemas na transição pra animação digital, somente com Gundam 00 e que começaram a animar inteiramente de modo digital e relembrando que Seed passou por diversas melhorais seja em filmes e no HD remaster).

  • Aliás a série é um delírio visual! A animação dos mechas, os veículos, cidades, até o design de personagens é tudo uma jornada visual (recomendo se for desenhista que baixe o artbook desta série), apesar de que por causa disso esta série ganhou o apelido de o Gundam riponga no Japão (e em alguns lugares do mundo também). 

  • Foi a primeira e até aqui a única série da franquia Gundam à ganhar o prêmio de melhor anime do ano (de quebra ainda no mesmo ano levou o prêmio internacional de melhor animação o annie, premiação que normalmente fica fechada nos filmes japoneses de animação ou nas séries americanas de animação).

  • É uma das poucas séries com roteiro coeso na franquia, são 50 episódios e não se tem capítulos de resumo e nem grandes enrolações; tudo está lá para apresentar vários aspectos e lados do conflito (sim conflito, pois estas é uma das raras séries da franquia Gundam que não descambam para uma guerra total).

  • Praticamente trouxe a vida uma nova faixa de horário; a madrugada era reservada para aquilo que não tinha apelo comercial ou os excluídos (séries que estavam para serem canceladas) é ao verem que a obra de Tomino chamou a atenção (principalmente sobre a franquia Gundam em geral) e assim começaram mais e mais produtoras a "brincar" com o horário de madrugada e jogaram os animes mais adultos para essa faixa, aproveitando o horário que tinha uma censura que dava mais liberdade é que normalmente os produtores achavam morto; mas descobriram que era rico em audiência de adultos e jovens, que queriam ver depois do trabalho um programa que falasse com  eles e principalmente iriam comprar ávidos os box de DVD (a audiência de Turn A não foi boa relacionada à outras séries, mas também Turn A foi a pioneira em ir nesta faixa (00:30 no Japão), mas a venda de DVDs surpreendeu a Bandai; é uma nota pra quem queira saber...os Gunplas foram um grande fracasso de vendas na época, alguns deles demoraram anos pra sair como o Turn X e o Sumo).

  • Aliás aqui roteiro é algo que em Turn A é ame ou odeie, pois basicamente o Tomino pega praticamente todos os conceitos jogados até ali pelas séries "alternativas" da Bandai de Gundam é os joga fora como por exemplo (e alguns até dele mesmo apresentados em outras séries da franquia):

  • O pouco destaque para as personagens femininas, aqui isto é triturado (o centro politico da trama é movimento na maior parte pelas trocas de papel entre Diana Counter e Kihel Heim).

  • Sociedade futurista que se parece com o hoje em dia; isso aqui é descartado (era um recurso comum do Tomino e copiado pela Bandai até hoje para uma identificação mais fácil do público) é o que se tem é uma sociedade destruída pela guerra; tanto na terra quanto no espaço, as quais começam a redescobrir a tecnologia e cultura do passado, mas vivem como se tivessem em na década de 20 ou 30 do século 20.

  • Destaque na ação era o que se fazia nos gundams "alternativos", aqui temos o estilo Tomino que predomina que é a ação curta, rápida é eficiente; o que se destaca principalmente é o contar da história focando o lado civil e politico do conflito (isto a Bandai tentou fazer uma coisa ou outra com suas séries "alternativas", mas raramente os dois juntos é com isso vai ter uma raridade em Gundam uma série com visão "global" de um conflito.

  • Turn A é um mecha com poderes totalmente exagerados, mas em compensação eles são redescobertos aos poucos pelo seu piloto Loran e revelados pela trama ao longo da trama e no fim o Turn A serve bem ao seu proposito na série (outra coisa meio que virou uma "tradição" da franquia, o mecha principal deve ser quase um super robot, apesar do 00 gundam, do Qaun[T] e dos da franquia Seed; é estou falando de vocês quase todos os MS da série ZGMF-X ou XX; e do AGE-FX serem mechas absurdamente fortes em poder de fogo e de destruição, aqui o Turn A tem o sistema mais absurdo da franquia o Moon Light Buterfly, o que torna no; talvez; gundam mais poderoso de todos os tempos; até aqui; mas não se preocupem isso só é redescoberto perto do fim da série, não atrapalha à ação e credibilidade da série e ainda por cima conseguem criar boas situações de "perigo").

  • Apesar de aparecer poucos mechas, eles são diferentes e bem funcionais (outra coisa que a Bandai aprendeu) não adianta só mostrar um bando de mecha diferente, tinha que mostrar que tinham um proposito é também algo que os diferenciava, nas séries seguintes foram criados mechas criativos, mas nunca conseguiram algo do nível de criatividade do sistema "lego" do Turn X (pesadelo dos projetistas de Gunplas da Bandai junto com o Zeta que só conseguiu um frame estável de gunpla só aparentemente no real grade).

  • Uma trama leve, divertida e acredite com um humor peculiar, destacando o bom momento do diretor vivia no momento (bem peculiar mesmo, pois a maioria das piadas do Tomino na série, ele as fez satirizando algumas coisas que a Bandai o fez passar como por exemplo o caso da "Laura", que é meio uma sátira ao modo do diretor da "lenda" da proibição de por uma protagonista feminina em Zeta; ele não conseguiu ter uma protagonista feminina, mesmo com alguma teimosia na pré produção e mesmo não conseguindo? Ele resolve fazer uma piada logo no primeiro episódio de Zeta (com algo do tipo vocês deixam passar o nome Kamile?). Então vamos fazer uma piada também aqui; e ele acabou fazendo o Loran se vestir de mulher várias vezes em Turn A (nem que fosse por disfarce ou pra não perder a piada), aliás mais e mais piadas vinham do design de Syd Mead, com os apelidos dos mechas como olha lá vem o melão (Doon), ou lá vem o bigodão (Turn A)!!! (E olha que este cara foi escolhido a dedo pelo próprio Tomino para ser o líder do design de mechas e de todo o design mecânico e ele ainda mora nos pesadelos do setor de projetos de Gunpla da Bandai, Mead segundo boatos teve várias discussões com os outros designers da Bandai durante toda a produção da série).

  • Outra coisa que foge um pouco do que Tomino fez antes (só exclua o Gundam original que foi o mais próximo que ele chegou disso é em parte Zeta também) é não fixar um vilão; coisa que a Bandai nunca fez em suas séries após Turn A, sempre fez questão de marcar um vilão (marcante ou não); todos são personagens que agem e reagem ao conflito, alguns com ganância, ambição ou até mesmo tentando controlar o conflito através de manipulação e outros através de heroísmo e mudando algumas convicções em nome de um bem maior (e isto tornou a trama bem realista, a única que chegou perto disso foi 00; apesar dos exageros da segunda temporada em diante), o mais próximo de um vilão que tivemos foi o Gym Ghingnham que era com um touro louco.

  • Um protagonista que luta através do pacifismo; isto foi um conceito que a Bandai abraçou e incluiu na maioria dos seus protagonistas pós Turn A (só exclua disso Shin Asuka é o Flit Asuno) mas isto é algo que ela ainda não soube implantar em seus projetos de modo bem factível como foi em Turn A; o mais próximo disto foi o Setsuna (de Gundam 00); o Loran por exemplo, não queria lutar, mas quando tinha que lutar, ele sabia que era um confronto de vida ou morte e que tinha que fazer o máximo pra evitar que o conflito vira-se uma guerra; e ele evitava lutar para matar, mas se não tivesse outra alternativa, matava e não ficava choramingando como alguns protagonistas (né Kira estou falando de você).

  • Outra coisa ótima em Turn A e que se passou a tratar melhor na franquia foi a trilha sonora (graças a isso se passou a tratar bem também as musicas incidentais e com isso a franquia passou a entrar no radar de várias gravadoras, cantores pop e de rock japoneses), aqui a trilha é simplesmente fantástica, a trilha criada por Yoko Kanno é forte até hoje!!! Nisso se destaca Moon ou se preferir o nome original tsuki no mayu.

  • Loran é um principal que se destaca por vários motivos, pela filosofia, visual diferente (um negro de cabelos brancos, aliás o primeiro protagonista negro de toda a franquia! aprenda isto também Bandai e faça uma protagonista mulher, pois além de ser o que falta de diferente, é a maneira de atingir homens e mulheres ao mesmo tempo sem ter que apelar para o visual bisoujo; não deu certo desde Wing e teimaram na franquia Seed é em 00, para novamente tentarem fazer uma mistura com o espirito dos visuais de super robots antigos com isso e acabou ficando um pouco esquizofrênico em AGE); além de tudo isso o Loran não é como os seres deprimidos que tem vindo repetidamente na franquia (uma coisa que reclamo é que parece que virou requisito básico para ser piloto principal em gundam, o "cara" tem que ter um trauma e através do trauma se torna o cara "fodão"), o Loran é um cara positivista, sem ser surreal (feito uma princesa bombom é Lacus to falando de você!), ele procura ver também o outro lado do conflito, tem suas tristezas, mas sabe reagir a elas (por isso que o Asemu Asuno se destaca entre os personagens de AGE é o segundo arco é tão bom! Mas vendo também!? Não precisa ser tão emotivo é tão over quanto o Shin que é caso para internação urgente!!!).


Foi mediano

  • O diretor sabia que tinha que apresentar um mundo totalmente diferente dos outros Gundam e por causa desta apresentação de mundo, os seis primeiros episódios são meio arrastados; mas não chega a ser muito chato; mas se está acostumado com as séries da franquia após Turn A, vai achar muito lento o ritmo, mas eles servem para te apresentar o mundo e como ele se comporta e reage ao que ocorre no conflito (para ter uma ideia o Gundam só aparece no segundo capítulo!!!), mas depois disto se tem uma ótima estória para curtir, sendo que ela se apresenta de modo leve, ágil e divertida, mas muito diferente de tudo o que se viu na franquia.

  • Mas não espere a série ser ultra rápida, ela vai ao seu próprio ritmo quase como uma novela brasileira (só sem os exageros de hoje em dia e sem ficar numa cartilha de temas e do que fazer como as novelas brasileiras de hoje em dia...), o objetivo é contar uma história ao seu tempo e sem atropelos!


O que foi ruim

  • O mecha design é de longe um dos piores da franquia (disputa com Victory e G gundam o título de pior conjunto de designs) tem muitos designs "gordos", mas que numa analise!? São até bem funcionais, mas nada que nem de perto lembra qualquer coisas da franquia salvo os Borjano (versões do Zaku II), Karpool (pelo "único olho") e as cores do Turn A, Syd Mead foi um grande designer de cinema e da ficção em geral mas nessa série se nota os cenários e os personagens maravilhosos que casavam bem com a arte do Akiman, mas os mechas são a coisa mais estranha e desconexa nesse mundo...


Conclusão


Para assistir Turn A você deve primeiro ver como uma série normal de anime, esqueça o nome Gundam que tem no título, assista como se NÃO fosse uma série da franquia! E com isso vai se divertir muito mais! Se gosta de uma boa história e de um mundo bem construído esta é a série certa para você.


Dou a ela a nota 10 para mim é a melhor das séries do Tomino na franquia gundam (se não para mim a melhor de todas da franquia); é uma série que me surpreendeu em todos os aspectos, nem parece o mesmo diretor que dirigiu o "dark" Victory ou os dramas de guerra que foram Zeta é 0079, é um outro clima, um outro mundo é uma outra visão que passou a ditar os novos rumos da franquia dali em diante. 


Pode ter essa nota. mas não é uma série perfeita, tem alguns problemas de ritmo é uma história que foca muito nos personagens e na narrativa é bem menos em ação, alem da velocidade, ela faz as coisas no seu momento e talvez por isso a trama que tem vários detalhes, lados e facções são mais bem absorvidas aqui! Do que um outro trabalho dele (qualquer dia falo de G reconquista, mas quero ver os filmes primeiro!); ousaria dizer que é uma série mais "estilo novela" que qualquer coisa outra coisa! É uma ótima obra mas não é pra qualquer um.


Se me perguntam? É um bom ponto de entrada? Sim e não!? Por um lado ela por si só exige que você tenha em mente que outras séries de Gundam existem (por causa de um fato da trama), mas por outro você ganha muito mais tendo pelo menos visto alguma das séries que vieram antes pra entender bem o sentido da Dark History, foi feita pra unir todas a séries da franquia num ponto só (mesmo com coisas tão diferentes quanto G Gundam é a era U.C são em conceitos e "tempo"); a Bandai ainda a trata até hoje como o ponto central da franquia, mas muito fãs preferem fazem a sua própria timeline (muito baseada numa oficial que a Bandai Entertainment chegou a publicar em seu site sobre a franquia; hoje em dia essa divisão foi fechada, mas levou à vários problemas, pois na época do lançamento prometeram lançar no ocidente as séries Nichijou, Pretty Cure e Turn A Gundam).

Aqui um exemplo de Timeline baseada na antiga publicada oficialmente pela Bandai.

Sobre como encontra-la!? Bom ele teve lançamento prometido pra home vídeo em 2011 é assim como os produtos prometidos na época foi lançada alguns anos depois em parceria com outra produtora a Nozomi (que vem sendo uma parceria habitual da Bandai/Sunrise pra home vídeo internacional) em Blu-ray e DVD é uma série hoje em dia relativamente fácil de se encontrar no ocidente.


Como curiosidade extra, apesar de não ter tido um lançamento mundial ela foi pensada pra ser exibida com o minimo possível de mudanças, então todos os cartazes, placas e avisos foram feitos em inglês (um detalhe que muitas produções da própria Sunrise não faziam é só se tornou padrão após Gundam 00).


Assim termino desejando a todos um feliz ano novo, um ano de realizações e felicidades!!! (e com mais sorte do que eu! Este ano!) E você não sabem o quando foi divertido rever desde o natal Turn A todo e estar escrevendo isto ao som da trilha sonora desta série.

Só um pouco do quanto o design de Akiman é bem diferente!
Eu já cansei de falar moleque isso aqui é um Borjano! (Zaku II)

Trailer

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